Desenvolvido pela SquareSoft, Parasite Eve foi lançado na América do Norte em 9 de setembro de 1998 para o PlayStation (e depois relançado na PSN). O jogo é um ousado híbrido de RPG de Ação e Survival Horror que nos apresenta a Aya Brea, a detetive mais estilosa de Nova York, que só queria curtir uma ópera, mas acabou tendo que lidar com o pior pesadelo de qualquer biólogo: mitocôndrias que resolvem dar um ataque de estrelismo e incendiar todo mundo. É um título onde você passa a semana de Natal caçando monstros celulares, questionando a biologia e desejando ter mais “Tools” no inventário para ajustar sua arma.

Estilo e Gráficos

Parasite Eve é uma cápsula do tempo gloriosa do PlayStation. O jogo utiliza a clássica abordagem do survival horror da época, com fundos pré-renderizados em alta resolução (para a época) que retratam com maestria uma Manhattan sombria e atmosférica. Sobre esses cenários, os modelos de personagens são em 3D poligonal, com Aya Brea, nossa musa poligonal low-poly, detalhada e estilosa, cortesia da arte de Tetsuya Nomura.

As cutscenes em CG (Computer Graphics) da SquareSoft, marca registrada da empresa no PS1, são um show à parte e elevam a apresentação do jogo a um nível cinematográfico, criando uma justaposição impressionante entre a jogabilidade e a narrativa. O design dos inimigos (as “Neo-Mitocôndrias”) é repulsivo e criativo, transformando animais e humanos em grotescas aberrações biológicas, o que reforça o tom de terror corporal do jogo.


Mecânicas Principais

A genialidade de Parasite Eve reside em como ele funde dois gêneros de forma elegante.

Gerenciamento de Inventário e Modificação de Armas (RPG): As mecânicas de RPG brilham na personalização. É possível transferir stats e habilidades entre armas e armaduras usando “Tool” e “Super Tool”, permitindo que o jogador crie equipamentos especializados e invista nos stats que melhor se encaixam no seu estilo de jogo. O foco em loot de armas e a customização profunda dão um toque viciante de grinding para otimizar seu arsenal.

Combate Híbrido (Action-Time Battle): Diferente dos RPGs tradicionais de turnos, o combate aqui acontece em tempo quase real. Quando Aya entra em contato com um inimigo, o campo de batalha é delimitado, mas você ainda pode mover a detetive livremente para se esquivar. O ataque, no entanto, é regido por uma barra ATB (Active Time Battle) que precisa carregar. Essa mecânica obriga o jogador a ser ativo, posicionando Aya para evitar ataques enquanto espera a barra encher, adicionando um elemento tático de posicionamento crucial.

Parasite Energy (PE): Este é o sistema de “magia” do jogo. Aya utiliza a Energia Parasita, habilidades únicas que variam de cura a ataques destrutivos. É um recurso limitado que adiciona uma camada de gerenciamento, especialmente em boss battles.


Enredo e Ambientação

O enredo é um dos pontos mais fortes e singulares. Baseado em um romance de horror científico de Hideaki Sena, a narrativa mergulha em conceitos de biologia molecular e teoria evolutiva, centrando-se na ideia de que as mitocôndrias (as “usinas de energia” das nossas células) se revoltaram contra seus hospedeiros. É uma premissa assustadora e cerebral.

A ambientação em Nova York (ópera, museu, Central Park, delegacia, esgotos) cria um contraste excelente: a familiaridade de locais icônicos versus o horror de uma pandemia biológica. Aya Brea é uma protagonista forte, realista e vulnerável, e sua jornada para entender a conexão entre ela, o “Eve” e a mutação das mitocôndrias é intensa e repleta de reviravoltas cinematográficas. A trilha sonora de Yoko Shimomura é inesquecível, misturando orquestra épica com toques industriais e techno que elevam a atmosfera de suspense e ação. É uma história que começa com uma ópera incendiada e termina com você pesquisando “função das mitocôndrias” na internet.


Para quem é este jogo

Este jogo é ideal para:

Público Adulto: Devido à temática madura, violência biológica e complexidade narrativa, ele se encaixa melhor para jogadores adultos (classificação original Mature – M).

Fãs de RPG de Ação Clássicos: Quem gostou de títulos com combate tático e gerenciamento de stats e loot.

Entusiastas de Survival Horror com Foco em História: Jogadores que apreciam a estética de Resident Evil (cenários pré-renderizados) mas preferem um sistema de combate mais focado em RPG.


Pontos Positivos

✅ Combate Único: A fusão de ATB de RPGs e a movimentação livre no campo de batalha é inovadora e divertida.

✅ Narrativa e Ambientação: A história com base em ciência (ainda que ficcional) e o cenário de Nova York pós-pandemia são cativantes.

✅ Customização de Equipamentos: O sistema de “Tools” para customizar armas e armaduras adiciona profundidade e motiva o grinding.

✅ Protagonista Forte: Aya Brea é uma personagem memorável e bem desenvolvida.


Pontos Negativos

❌ O Drama da Câmera: Às vezes, você vai levar um golpe porque a câmera mudou o ângulo e você começou a correr para a direção errada. Clássico do Survival Horror do PS1.

❌ “Eu Preciso de Mais Tools!”: O grinding por itens de modificação é viciante, mas no meio da ação, pode se tornar um pequeno fardo.

❌ O “Polígono-Chique” do PS1: Seus amigos mais jovens podem rir dos gráficos. Mande-os calar a boca e jogar Fortnite (brincadeira… talvez).


Experiência do autor

Ah, a nostalgia. Jogar Parasite Eve novamente no emulador foi como reencontrar um clássico que envelheceu com charme, mas de quem você tem muito carinho. Lembro-me do medo genuíno quando o teatro pegou fogo e as pessoas se transformaram em monstros de borracha derretida. Agora, jogando com a sabedoria de quem já zerou 800 RPGs, pude apreciar o quão à frente do seu tempo esse combate era. Aya Brea é uma personagem fantástica e o sistema de modificação me transformou em um mestre em engenharia de armas improvisadas. Confesso que, após o final, resolvi que as mitocôndrias de Nova York já tinham me dado dor de cabeça o suficiente. Não me aventurei no temido Chrysler Building (New Game+), pois achei melhor partir para o próximo jogo e deixar a sanidade em dia. A experiência foi uma mistura perfeita de terror, ação e um lembrete engraçado de quando os modelos 3D pareciam feitos de massinha.


Conclusão

arasite Eve é uma joia rara da era PlayStation que merece ser jogada. Ele é a prova de que a Square, no auge de sua criatividade, não tinha medo de inovar, entregando um RPG de ação com alma de survival horror e um enredo intrigante. Para quem busca uma narrativa envolvente, uma atmosfera única e um sistema de combate desafiador e diferente, a jornada de Aya Brea contra a evolução das mitocôndrias é essencial, mesmo que jogado com a nostalgia agridoce dos gráficos da época.


  • Nota: 9.0/10
  • Tempo de Jogo (Média): 10 – 15 horas (Campanha Principal) | 30 – 40+ horas (Se você for encarar o Chrysler Building)

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